Políticas Culturais em Revista abre chamada de trabalhos para a segunda edição de 2021
A Políticas Culturais em Revista, publicação eletrônica da Rede de Estudos em Políticas Culturais divulga a chamada de trabalhos para a segunda edição de 2021 (v. 14, n. 2) que, além de artigos científicos e resenhas sobre Política Cultural e temáticas correlatas, contará com o seguinte dossiê temático:
Além da reparação: a produção cultural desde perspectivas afrodiaspóricas.
Editores responsáveis: Cíntia Guedes e Tiganá Santana – ambos professores do IHAC/UFBA
Recebimento de artigos: até 1º de março de 2021, exclusivamente pelo sistema da Revista.
Mais informações neste LINK.
Além da reparação: a produção cultural desde perspectivas afrodiaspóricas
A pluriversal produção afrodiaspórica no âmbito da cultura, em acepção necessariamente complexificada, destaca-se pela capacidade de, diante de uma História editada por hegemonias étnico-culturais e econômicas que investe continuamente na desaparição de suas expressões, oferecer rotas alternativas de emergência de suas atividades, gerando valores materiais e imateriais fundamentais para a vida negra, em um lastro temporal ampliado. Como já apontado pelo poeta, político e pensador da Martinica, Césaire (2010), a resposta das corporalidades integrais negras, a partir de um conceito-vivência encarnado pela negritude, não sendo por exemplo uma metafísica, é, sobretudo e com vigor, uma resposta concreta de entes históricos à História. A produção cultural afrodiaspórica, factualmente, segue responsiva aos achatamentos estéticos, epistemológicos e éticos, alicerçados no racismo e seu caráter sócio-constitutivo.
O Dossiê Além da reparação: a produção cultural desde perspectivas afrodiaspóricas deve mapear o estado dessa produção desde dois grandes eixos de abordagem:
1. Textos que realizem análises críticas e propositivas das políticas culturais voltadas para inclusão dos grupos racialmente subjugados, observando avanços, limites e resultados das estratégias de luta que chegaram a materializar políticas culturais institucionalizadas em ações afirmativas por editais e outros mecanismos direcionados à inclusão dessas populações;
2. Textos que acenem aos modelos outros de gestão e produção cultural, abrindo espaço para observar os modos de fazer cujo potencial escapa aos indicadores estabelecidos pelo campo, uma vez que trazem a perspectiva da cura, da memória, e da criação de imaginários enquanto valores indispensáveis. Nesse escopo, esperamos encontrar estudos de caso, manifestos, relatos, entrevistas e ensaios que versem sobre as diversas tecnologias operadoras de formas autônomas e articulações em redes nas práticas culturais afrodiaspóricas.
Beyond reparation: cultural production from Afro-diasporic perspectives
The pluriversal Afro-diasporic production in the context of culture — considering its complexity — stands out due to its capacity, regarding the fact that History has been edited by ethnic, cultural and economic hegemonies continuously investing in the disappearance of non-hegemonic expressions, to offer alternative routes for the emergence of its practices, creating material and immaterial values that are fundamental to black life in an extended temporal basis. As already pointed out by Martinique’s poet, politician and thinker Aimé Césaire (2010), the response of integral black corporealities, based on a concept-experience embodied by the idea of blackness (related to the Negritude Movement), not being a sort of metaphysics, is, above all and with vigor, a concrete response of historical entities to History. The Afro-diasporic cultural production, in fact, remains responsive to aesthetic, epistemological and ethical flattenings which are based on racism and its socio-constitutive character.
Beyond Reparation: Cultural Production from Afro-Diasporic Perspectives should figure out the state of this production from two main axes of approach:
1. Texts with critical analysis of cultural policies that are commited to the inclusion of racially subjugated groups, observing advances, limits and results of the strategies of struggle that have materialized cultural policies as affirmative actions through public bidding notice and other mechanisms that aim to include these populations;
2. Researches that focus on other models of management and cultural production, making room for the observation of the ways of doing which potential escapes from the indicators established by the field, since they bring the perspective of healing, memory, and the creation of imaginaries as indispensable values. Within this scope, we hope to find case studies, manifestos, reports, interviews and essays that deal with diversified technologies of autonomous forms and network articulations in Afro-diasporic cultural practices.
Más allá de la reparación: la producción cultural desde perspectivas afrodiaspóricas
La producción pluriversal afrodiaspórica en el contexto de la cultura, en un sentido necesariamente complejo, se destaca por su capacidad, ante una Historia editada por hegemonías étnico-culturales y económicas que refuerza continuamente la desaparición de sus expresiones, para ofrecer rutas alternativas para el surgimiento de sus actividades, generando valores materiales e inmateriales fundamentales para la vida negra en una prolongada base temporal. Como ya dijo el poeta, político y pensador martiniqueño Césaire (2010), la respuesta de las corporalidades negras integrales, desde un concepto-experiencia encarnado por la negritud, que no es una metafísica, es, sobretodo y con vigor, una respuesta concreta de las entidades históricas a la Historia. De hecho, la producción cultural afrodiaspórica sigue respondiendo al aplanamiento estético, epistemológico y ético basado en el racismo y su carácter socioconstitutivo.
El Dossier Más allá de la reparación: la producción cultural desde perspectivas afrodiaspóricas debe mapear el estado de esta producción desde dos grandes ejes de enfoque:
1. Textos que realicen análisis críticos y propositivos de políticas culturales orientadas a la inclusión de grupos sometidos racialmente, observando avances, límites y resultados de las estrategias de lucha que han llegado a materializar políticas culturales institucionalizadas en acciones afirmativas mediante avisos públicos y otros mecanismos encaminados a la inclusión de estas poblaciones;
2. Textos que apuntan a otros modelos de gestión y producción cultural para abrir un espacio a la observación de formas de hacer cuyo potencial escapa a los indicadores establecidos por el campo ya que traen la perspectiva de la cura, la memoria y la creación del imaginario como valores indispensables. En este ámbito, esperamos encontrar casos de estudio, manifiestos, informes, entrevistas y ensayos que se enfoquen en las diferentes tecnologías operativas de formas autónomas y articulaciones en redes en prácticas culturales afrodiaspóricas.