Filmes apoiados por projetos do IHAC participam do “Cinema Indígena da TVE”

A partir do dia 19, a TVE apresenta uma série de produções que marcam o mês de luta dos povos indígenas, e entre os filmes selecionados estão produções que foram apoiadas e/ou financiadas por projetos de pesquisas desenvolvidos no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC), da UFBA.

Os filmes serão exibidos às segundas, terças e sextas-feiras, em diversos horários, para dar visibilidade à diversidade desses povos e valorizar suas contribuições na identidade cultural do país. Os documentários e filmes de ficção e experimentais tiveram produção e curadoria da emissora pública baiana.

Dois projetos de pesquisa realizados no IHAC/UFBA em rede com outras universidades contribuíram para alguns dos filmes que serão exibidos pela primeira vez. O primeiro, Racismo e Antirracismo no Brasil: o caso dos Povos Indígenas, constituiu uma parceria entre a UFBA/IHAC, com o prof. Felipe Milanez, a Universidade de Manchester, com a profa. Lúcia Sá, e o Núcleo de Cultura Indígena, com o escritor e líder indígena Ailton Krenak. O segundo é uma rede de pesquisas que se chama  Um Outro Céu, e que articulou o projeto Desenvolvimento “Sustentável” e Atmosferas de Violências: Experiências de Defensores Ambientais, financiado pela Academia Britânica, o projeto Mapeamento das Violações aos Direitos Indígenas no Nordeste do Brasil, e a um plano de pesquisa emergencial para investigar os impactos da Covid-19 entre os povos indígenas, ambos financiados pela Universidade de Sussex, na Grã-Bretanha, unindo a UFBA (IHAC e Pós-Cultura), através do prof. Felipe Milanez, a UFRB (CAHL), com a profa. Jurema Machado, a UNEB (OPARÁ), com o prof.  Felipe Cruz Tuxá, e a Universidade de Sussex, com a pesquisadora Mary Menton, e executado em parceria com a Fapex (Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão).

Quem abre a faixa ‘Cinema Indígena da TVE’ na segunda-feira (19), às 11h30, é o filme “Kri wai apkrê: Desenhando moradas com território” de Edgar Kanaykõ.

Na segunda-feira a noite vai ao ar o primeiro filme da parceria entre a TVE Bahia e a UFBA é “Parente – A esperança do mundo”, dirigido por Graciela Guarani, que terá a sua primeira exibição pública. O documentário integra o projeto da rede de pesquisas Um Outro Céu. O filme “Parente – A esperança do mundo”, vai ao ar no dia 19, às 20h30. A obra faz uma reflexão em tempos de incertezas em função da pandemia, e traz a tona a potência da palavra resistência, refletida na força das artes originárias, linguagens, formas e pensamentos das culturas milenares, subvertendo o processo de retaliação com a sabedoria e empoderamento de povos na defesa da vida.

Na terça-feira (20) será exibido o filme “Minha alma não tem cor”, dirigido por Graci Guarani e Alexandre Pankararu, às 21h10, que discute temas ligados ao racismo contra populações indígenas. O documentário reúne entrevistas e depoimentos de intelectuais, artistas, ativistas e lideranças indígenas que estiveram presentes em dois grandes encontros, em 2018, do projeto de pesquisa Racismo e antirracismo no Brasil: o caso dos povos indígenas. O primeiro encontro foi realizado de 14 a 16 de maio e 2018 em Cachoeira e em São Felix, teve por objetivo de revelar e debater o racismo contra os povos indígenas; o segundo nos dias 30 e 31 de outubro, no campus de Ondina, da UFBA, em Salvador, logo após o segundo turno das eleições, teve por foco pensar alianças em defesa das diferenças e das liberdades.

Encerrando a temporada de filmes indígenas, a emissora vai exibir também na sexta-feira (23), três curtas, partir das 21h. “Kaapora”, filme baiano de Olinda Yawar, mostra a ligação dos povos indígenas com a terra e sua espiritualidade, do ponto de vista da indígena Olinda, que desenvolve projeto de recuperação ambiental nas terras de seu povo. Também baiano, o filme “Equilíbrio” foca na problemática ambiental e como a civilização tem usado o planeta de forma hostil e desarmônica. A obra também tem direção de Olinda Yawar e também faz parte do Projeto Um Outro Céu, que premiou 15 artistas indígenas, em uma premiação organizada pela rede de universidades da Bahia (UFBA/IHAC, UFRB/CAHL, UNEB/ Opará), com financiamento da Universidade de Sussex, na Inglaterra, e apoio da Fapex para execução, junto do movimento indígena, através da APOINME.

O último filme da noite é “O verbo se fez carne”. O curta, dirigido por Ziel Karapotó, ganhou vários prêmios, entre eles, Melhor Curta Experimental – Cine Curumim 2021 e o Prêmio do Júri na última edição do Concurso Curta Ecofalante. Ziel Karapotó também foi um dos artistas premiados pelo projeto Um Outro Céu, para o qual produziu o vídeo/performance Commodity.

Também serão exibidos filmes de Edgar Kanaykõ Xakriabá, Sueli Maxakali, e Alberto Alvares. O documentário “Yãy Tu Nunãhã Payexop – Encontro de Pajés”, de Sueli Maxakali, será exibido, às 19h30. O curta retrata a história de mais de cem famílias Tikmũ’ũn (Maxakali) que, em junho de 2020,  em meio à pandemia de COVID-19, deixaram a reserva onde viviam e fundaram a Aldeia Nova, numa terra às margens do rio Mucuri do Norte, em Ladainha, Minas Gerais. Temendo a chegada da nova doença, os moradores da nova aldeia decidem reunir os pajés num encontro para transmitir seus conhecimentos dos cantos e rituais yãmĩyxop para os mais jovens.

Logo em seguida, às 20h, a TVE exibe os filmes “Dure Nãt Sarõ: manter aceso – queima tradicional de cerâmica Xakriabá”, de Edgar Kanaykõ Xakriabá, que também foi exibido na exposição ‘Mundos Indígenas’, e

Na sexta-feira (23), às 20h30, vai ao ar o filme “O Último Sonho”, de Alberto Alvares. Premiado no DocLisboa e exibido em vários festivais no mundo, o filme homenageia o líder espiritual Guarani Wera Mirim (ou João da Silva), da aldeia Sapukai, em Angra dos Reis (RJ), que morreu em 2016.

Em maio, com o objetivo de fomentar o acesso do público baiano à temática indígena, outros grandes filmes entrarão na grade de programação da tv pública baiana.

Confira a programação:

Kri Wai Apkrê: Desenhando moradas com território
Dia 19, segunda-feira, às 11h30
Horário alternativo: Dia 23 (10h30) e dia 25 (10h30)

Parente – A esperança do mundo
Dia 19, segunda-feira, às 20h30
Horário alternativo: Dia 23 (21h30)

Yãy Tu Nunãhã Payexop – Encontro de Pajés
Dia 20, terça-feira, às 19h30

Dure Nat Saro – Manter Aceso
Dia 20, terça-feira, às 20h
Horário alternativo: Dia 23 (20h)

Minha alma não tem cor
Dia 20, terça-feira, às 21h10
Horário alternativo: Dia 30 (21h10)

O último Sonho
Dia 23, sexta-feira, às 20h30

Kaapora – Equilíbrio – O verbo se fez carne
Dia 23, sexta-feira, às 21h
Horário alternativo: Dia 30 (22h30)

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