Periódicus lança chamada de textos para dois dossiês

A revista Periódicus, editada pelo Núcleo de Pesquisa em Culturas, Gêneros e Sexualidade, da Universidade Federal da Bahia, lança chamada de textos para dois dossiês a serem publicados no próximo ano: Cultura Fílmica Plural e Territorialidades Dissidentes e(m) Narrativas Urbanas. Veja abaixo a chamada completa e os nomes das pessoas organizadoras.

O dossiê sobre Cultura Fílmica Plural receberá textos até 31 de dezembro de 2021 e deverá ser publicado até junho de 2022. Já o dossiê Territorialidades Dissidentes e(m) Narrativas Urbanas receberá textos até 30 de junho de 2022 e a edição deverá ser publicada até dezembro de 2022.

As pessoas autoras devem submeter as suas propostas através do site da revista, onde podem ser encontradas as normas para a submissão – https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/index .

A revista aceita texto em língua portuguesa, espanhola e inglesa.  Os textos poderão ter formato de Artigos, Ensaios, Traduções, Entrevistas e Resenhas, além de textos literários, manifestos e outras formas textuais mais experimentais.

Cultura Fílmica Plural

De acordo com as organizadoras do dossiê, a discussão tradicional da cinefilia, com seus cânones e desdobramentos no campo do cinema – e que reverberam na realização, na prática crítica, na curadoria, no ensino e na pesquisa sobre filmes – fundou-se quase exclusivamente na perspectiva de um “sujeito universal”:  branco, masculino, cis e hétero normativo e, portanto, na maior legitimidade do olhar desse sujeito. Uma cultura fílmica plural abarca reflexões que se recusam a hierarquizar as muitas cosmovisões e as poéticas diversas possíveis de articulação em imagens e sons e na elaboração de teorias e pensamentos.

Este dossiê se abre para artigos que se engajem na tarefa de ampliar as possibilidades de compreensão da cultura fílmica, imaginando paradigmas para seus múltiplos aspectos, num alargamento das circunscrições para além dos cânones “universais”. Reflexões interdisciplinares com o campo do cinema são incentivadas. Destacam-se entre as ideias que movem os debates: Poética Negra Feminista de Denise Ferreira da Silva, Nova Cultura Fílmica do Girish Shambu, Fabulação Crítica de Saidiya Hartman, Temporalidades Espiralares e Afrografias em Leda Maria Martins, Aquilombamento a partir de Beatriz Nascimento, Opacidade de Édouard Glissant, Plantação Cognitiva de Jota Mombaça, entre outras. Esperamos estabelecer um diálogo entre estas e outras incursões epistemológicas não-hegemônicas. Serão bem-vindos textos que se articulem a partir de questões provocadas por cinematografias negras, indígenas, femininas, lgbtqia+, entre outros.

Organizadoras:

Amaranta César (Doutorado em Cinema e Audiovisual pela Universidade de Paris III / Professora adjunto de Cinema e Audiovisual da UFRB)

Carol Almeida (Doutorado em Comunicação na UFPE/ Pesquisadora independente)

Janaína Oliveira (Doutorado em História Social da Cultura, PUC-Rio/ IFRJ/FICINE)

Kênia Freitas (Doutorado em Comunicação e Cultura pela UFRJ / Pesquisadora independente)

Tatiana Carvalho Costa (Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação UFMG / Professora no curso de Cinema e Audiovisual no Centro Universitário UNA)

Textos até 31 de dezembro de 2021 e a edição deverá ser publicada até junho de 2022.

Territorialidades Dissidentes e(m) Narrativas Urbanas

A proposta deste dossiê consiste em reunir pessoas pesquisadoras e interessadas em compreender as interfaces entre o espaço e expressões de gêneros e de sexualidades dissidentes, salientando a visibilidade e o ato de aparecer em público como pressuposto fundamental à (des)construção de discursos em torno do corpo, suas subjetividades e suas territorialidades no espaço urbano. A publicação tem como interesse observar as muitas configurações de gênero e sexualidade e seus trânsitos, tendo os espaços implicados na ação performativa de identidades transitórias que desestabilizam normas sociais e regimes de visibilidade.

Segundo os organizadores, interessa-os, neste dossiê, reunir trabalhos que discutam territórios e urbanidades que se estabelecem pelos conflitos que derivam dos diversos modos de ser e de estar de sujeitos na cidade, aqueles que desviam as regras verticais do jogo urbano pelo exercício de suas presenças e pela composição de suas corporeidades criativas, estranhas e muitas vezes lidas e assumidas como monstruosas, pois fora dos padrões sociais e avessas às pretendidas pacificações homogeneizante e enobrecedoras da cidade. Agregam-se a essa chamada, investigações interdisciplinares que discutam as políticas do corpo e do cotidiano urbano, entendendo o “direito de aparecer em público” (BUTLER, 2018) enquanto premissa básica, e tantas vezes negada, do “direito à cidade” (LEFEBVRE, 1968) de sujeitos sexualmente desviantes da normatividade heterossexual e binária em termos de gênero.

Compõem também o campo de interesse deste dossiê, trabalhos que produzam diálogos entre diversas disciplinas e exponham processos metodológicos investigativos em torno do corpo e do espaço e as diferentes formas e linguagens possíveis na produção de narrativas urbanas que fazem aparecer corpos dissidentes e suas múltiplas maneiras de criar territórios e outras formas de viver a cidade.

Organizadores:

Prof. Dr. Eduardo Rocha Lima – Faculdade de Arquitetura UFBA, Coordenador da linha de pesquisa Corpos, Cidades e Territorialidades Dissidentes – NuCuS.

Prof. Dr. Roney Gusmão – Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas, CECULT_UFRB, membro da linha de pesquisa Corpos, Cidades e Territorialidades Dissidentes – NuCuS.

Textos até 30 de junho de 2022 e a edição deverá ser publicada até dezembro de 2022.