[IHAC no Congresso da UFBA] O mundo da vida face à pandemia: perspectivas interdisciplinares
MEDIADOR: Rafael Lopes Azize (Depto. de Filosofia, UFBA) PARTICIPANTES:
– Alan Delazeri Mocellim (Depto. de Sociologia, UFBA)
– André Luis de Lima Carvalho (Bacharelado Interdisciplinar em Saúde, IHAC/UFBA)
– Marcelo Moura Mello (Depto. de Antropologia e Etnologia, UFBA)
– Mariana Possas (Depto. de Sociologia, UFBA)
– Victor Coutinho Lage (Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, IHAC/UFBA)
RESUMO DO DEBATE: A pandemia de covid-19 é hoje um fato social total. Sinal disso é que o substantivo geral “pandemia” denota claramente o fenômeno atual singular em conversas informais. Mencionar o tópico da pandemia (ou seja, esta pandemia) convoca nos espíritos um sentido de gravidade e transcendência relativamente a muitos aspectos da vida: psicológicos, econômicos, ambientais, laborais, políticos, jurídicos, antropológicos e filosóficos, confrontando-nos com ameaças ao próprio tecido social. Neste contexto, saberes, gramáticas, conceitos, enfim, racionalidades que tipicamente animam os debates e pesquisas feitas em universidades são objeto de um renovado interesse no debate público. Este renovado interesse acontece num momento em que o lugar das universidades vinha sendo percebido como problemático. Por um lado, continua fundamental abordar a própria pertinência de se pensar a sociedade e a universidade como domínios distintos, com dificuldades de comunicação mútua. Por outro lado, nos últimos anos se rearticularam discursos antagônicos ao próprio pensamento crítico e à mediação de investigações conceituais e empíricas (aí se incluindo o jornalismo investigativo) na comunicação social. Visando o mundo da vida, ou seja, a experiência concreta de sujeitos humanos e não-humanos no mundo, esta mesa tenciona abordar alguns aspectos da relação entre universidade, sociedade e mundo natural que o fato social total da pandemia tem trazido à tona nos debates públicos e acadêmicos, tais como a experiência do tempo e do espaço e o sofrimento psíquico, racionalidades de defesa e ataque diante da(s) ciência(s), limites e direitos nos espaços público e privado, diversidade e interações do humano e do vivo, e modalidades de ensino durante e após a pandemia.